
O fígado, órgão tesouro entre os chineses, transmite seu poder “luz” ao seu órgão oficina, a vesícula biliar que, tradicionalmente, é sede do discernimento.
Nas perspectivas daquilo que os chineses chamam as seis “entranhas curiosas”. A vesícula biliar faz par com o útero. Enquanto esse último, no nível do triangulo inferior, é “invólucro de água”, a vesícula biliar – no nível do triângulo da Forja - é “invólucro de fogo”. Ela contém o fogo divino!
Quando cristo está nas águas do batismo, o fogo divino desce: “O céu se abre, o Espírito Santo desce sobre Ele sob a forma de uma pomba e do céu vem uma voz: Tu és o meu filho bem-amado, tens toda a minha benevolência” (Lc, III:22). A Trindade divina manifesta-Se, designando Aquele que, daí em diante, irá batizar não mais com água, mas com fogo.
A vesícula biliar é a matriz desse estágio; essencialmente, ela é o alto lugar do batismo de fogo. Os chineses chamam-na de “retidão mediana”. Ela tem a função de árbitro: decide e julga. Todas as outras funções obedecem a ela; ela assume a responsabilidade disso. Ela é o caminho do “Justo Meio”. Compreende-se a importância que reveste esse órgão na região do “Império do Justo Meio”.
Entre os hebreus, é com a bílis e o fígado do grande peixe das profundezas que Tobias curará os olhos de seu pai.
A maior parte das doenças do fígado e da vesícula biliar vem de uma recusa de aí “ver claro”, recusa de discernimento, recusa de retidão profunda que, aqui, não diz respeito mais a uma virtude moral, mas à busca do caminho “Mi” exigindo o batismo de fogo. Essa recusa só pode acarretar um bloqueio às tomadas de decisões justas. Ela torna as situações pesadas. Dessa forma torna-se evidente que, para ver a luz, é preciso antes descer às profundezas da Terra que encobre as suas energias. Isso se torna possível pela experiência do “principio da luz” vivida no nível do Thabor-umbigo.
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